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6 de abril de 2011

A importâcia das coisas

Hoje fiquei me lembrando de quando meu amor e eu nos conhecemos e como as coisas chegam ser engraçadas. Quem diria que aquele beijo daria em casamento? Nós. rs

Desde o primeiro beijo nós duas já sabiamos que seria algo a mais. E foi fascinante quando fui comentar com ela a sensação daquele beijo e ela me relatou exatamente a mesma sensação. Foi maravilhoso.

Hoje olho nossa casa, me olho por dentro e vejo quanta coisa mudou em mim, o quanto ela mudou também, o quanto alguns sonhos já foram realizados e corremos atrás dos outros.

Em outro post eu conto mais detalhes. Por que hoje quero dizer o quanto ser quem você realmente é não é uma tarefa fácil, mas é muito prazeroso.

Eu sou muito ligada a detalhes de tudo e acho que todos os dias são para nosso aprendizado, mesmo que seja um dia comum ou sem detalhes tão grandes que te façam sentar e refletir. Mas todos os dias são únicos.

O dia que me assumi pra mim foi único, o dia que me assumi pra minha mãe foi único e o dia que minha mãe me assumiu pra todo mundo não foi único porque ela ainda vive falando por aí rsrsrsrs. Pois é minha mãe me ajudou muito na questão de me assumir pelo simples fato de ela apresentar minha esposa por aí como nora, ou como Genra, como ela costuma chamar.

Desde que confessei pra minha mãe (pois ela disse que já "sabia") ela nunca escondeu que sou homossexual pra ninguém e isso me ajudou muito.

Claro que nem por isso deixei de ouvir algumas coisas que me magoaram por ela e pelo meu irmão, mas são águas passadas e a aceitação foi tão mais importante que prefiro falar sobre isso. Tudo isso me fez crescer, me fez me olhar como gente grande, adulta, sou responsável por mim, me amo ao ponto de não deixar determinadas coisas passarem batido como se nada tivesse acontecido. Não. Então me defendi e só aí é que as pessoas sabem o quanto nos fazem tristes ou felizes, quando falamos, afinal, ninguém tem bola de cristal.
Já meu pai e minha irmã, sem palavras pra esses dois, que me amam e me aceitam e sempre foi assim.

Mas quando nos assumimos, nos aceitamos o sabor dos dias são tão diferentes. As coisas tem um brilho tão diferente. Eu acho até que é por isso que o símbolo gay é o Arco-Íris, porque o mundo fica colorido ou volta a ter cor.

Vejo nas coisas do dia a dia como é bom quando encotramos nossos familiares, quando eles nos visitam, quando comentamos algo sem medo, tipo: Na nossa casa... ou nós queremos...

Na última sexta-feira 01.04 recebemos a notícia de que a avó da Ká (que eu tb chamava de vó) havia falecido. Aos 95 anos chegou ao fim sua trajetória nesta vida.

E lá estava reunida toda a familia da Ká, mãe, irmãos, tios, primos, sobrinhos e seus respectivos esposos (as). E eu estava lá, ao lado da minha esposa para consolá-la, para abraça-la e até sorrir em alguns momentos porque afinal não é todo  mundo que tem a mesma sorte de viver todo esse tempo, feliz e saudável. Mas eu estava lá. E podia estar lá como companheira e esposa da Karina, assim como posso estar nas viagens, em casa, nos jantares, nas festas. Mesmo aqueles que não nos perguntaram sabem, é impossível não saber.
Mesmo em um momento que não era bom, foi bom poder estar ao lado dela.

Momentos importantes, tristes, simples, felizes mas estamos alí ao lado uma da outra e ser assumidas tem sim o seu valor, mas nenhum valor é maior do que poder estar ao lado de quem se ama.
Não tem preço.

Bjos

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