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31 de janeiro de 2011

Comemoração Parte II

Então lá fomos nós na continuação de comemoração do nosso aniversário de namoro/casamento.

Ficamos super felizes e empolgadas, o hotel é maravilhoso, atendimento 100%, pessoal educado, discreto, sempre com o sorriso no rosto. A sensação que tivemos é que estavamos em lua-de-mel e todo mundo sabia disso rsrsrsrs.

Relaxamos muito e quebramos a rotina. Fiquei brincando com a Ká que estavamos em Acapulco rs (q
quem não se lembra do seriado Chaves).

Não levamos notbook porque...bem nem precisa dizer que não teriamos tempo por lá, né?

Esse foi um dos melhores presentes que ganhamos até hoje, só perde para a máquina de lavar roupas rs, que ganhamos da minha mãe.


Fizemos alguns clik´s para registrar mais um dos nossos bons momentos.

À nossa amiga, não temos nem palavras pra agradecer, ela é uma pessoa muito querida e amada por nós.

Queremos oficializar a nossa união ainda este ano. Se tudo der certo quem sabe teremos mais uma lua-de-mel logo logo.

Felicidade a todos.

27 de janeiro de 2011

Três anos de VIDA

Ontem foi um graaannndeeee dia pra nós.

Foi nosso aniversário de namoro. E eu preparei uma surpresa para meu amor.

Fui ao supermercado, comprei alguns igredientes para o almoço e para fazer um bolo.

Foi engraçado porque deixei para comprar os ovos perto de casa (para não quebrar no caminho e...não tinha ovos no mercadinho aqui ao lado, adiantei o almoço e corri ao supermercado mais uma vez. Comprei rapidinho e quando cheguei em casa...não tinha o acuçar rsrsrsrs e o leite apenas em pó, mas aí foi fácil. Improvisei colocando leite condensado na massa e o leite em pó também. O melhor é que ficou uma delicia, o recheio foi doce de leite e a cobertura com creme de leite  e chocolate em pó. A receita deu certo e meu amor ficou super feliz.

Mas a comemoração ainda não acabou, ganhamos de uma super amiga nossa, uma cortesia em um ÓTIMO hotel aqui em São Paulo no próximo final de semana. Hummm, depois eu conto, mas não em detalhes, rs.

E em uma data como essa fiquei pensando a rápidez em que o tempo passa. Ontem éramos colegas de trabalho e hoje já fazem 3 anos juntas (dois de namoro e um de casamento). Ontem adorávamos ir para a balada, hoje amamos o nosso ninho. Só precisavámos pensar em nós e hoje, temos que multiplicar tudo em duas.

Ah adoravel vida, que apesar das dificuldades tem sido bem legal conosco. Temos saúde, paz, amor, coragem, esperança de dias melhores, tolerância, sonhos e gratidão por Deus nos conceder tudo isso.

Eu sempre pedia em orações alguém que eu amasse de verdade e que correspondesse a esse amor, que quizesse um relacionamento sério, que também quizesse ser mãe, uma pessoa que estivesse comigo em todas as horas e que me tirasse pra dançar a qualquer hora do dia.

Obrigada Deus por 3 anos de VIDA feliz. Obrigada por ter minha família. O senhor ouviu minhas orações, eu só esqueci de dois detalhes, mas deixa pra lá, eu não queria alguém perfeita rsrsrsrrs. O senhor me deu exatamente o que eu pedi, ela é linda e perfeita pra mim.

Bjos no coração

26 de janeiro de 2011

E para alegrar: Mariah



Estava eu postando sobre tentar não querer ter nossos filhos (o que definitivamnete é impossivel) e de-repente vou visitar o Blog: Duas mães e uma vida, das nossas amigas virtuais e recebemos a noticia maravilhosa da chegada da Mariah. Linda, cheia de vida, saúde.

Por um momento tive a sensação de ter até ouvido o chorinho dela.
Acompanhamos por meses a espera dessa menininha tão planejada e amada. Esperamos também com muita ansiedade, participamos dessa linda espera. E vibramos ao receber essa maravilhosa noticia.

Veio ao mundo com 3.050kg e 49cm mais um sonho realizado, mais uma criança planejada com muito amor, vem ao mundo a esperança do mundo melhor, cheio de amor e igualdade. Chegou ao mundo em 24.01.11 o grito mais silêncio do amor entre duas pessoas que sonham e lutam.

Veio mais um sinal de que estou certa no meu raciocínio, no meu sonho. Mais uma vez a voz dentro de mim diz pra eu continuar caminhando porque estou no caminho certo, estou no caminho que me levará ao amor mais sublime, verdadeiro e inabalável.

Obrigada Ti e Piu por compartilhar este momento conosco. Mariah: você já trouxe alegria até mesmo para aqueles que não estão pessoalmente presentes, mas que com certeza você já mora no coração. Você alegrou nossas vidas.

Bjos no coração.


24 de janeiro de 2011

Eu tento não querer

Sou muito observadora apesar de bem falante. Adoro ouvir a história das pessoas e acho que elas mostram muito de suas histórias através dos atos, então observo-as.

Olho os idosos, os jovens, os adolescentes, as crianças, os bebezinhos e as gestantes quase não consigo desviar o olhar. Saiu de casa parecendo uma criança que está conhecendo o mundo agora, porque afinal, estou. Em cada um existe um mundo de coisas diferentes e eu moro em um mundo chamado São Paulo.

A Ká chega a dizer que eu tenho um dom, em que as pessoas me olham e contam suas histórias rsrs. Pode ser que seja mesmo um dom quem sabe.

E nessas de ouvir as histórias, ouço várias sobre a maternidade. O jeito diferente de cada uma cumprir o mesmo designo de ser: Mãe.

Dou muita risada e choro também com as histórias, as vezes choro de rir.

O que me impressiona é que, com tantas coisas negativas que ouço sobre a maternidade eu não consigo não querer ser mãe.

Já pensei em desistir porque afinal as pessoas falam que tudo muda e que não há mais liberdade e também que eles tomam todo nosso tempo, inclusive ocupam todo o nosso salário. Já ouvi tantas vezes: Nooooossa, filho é muito caro (realmente deve ser, eu imagino só de olhar roupinhas e brinquedos, imagina escola e tudo mais).

Já ouvi a história de partos de uma forma racional e não emocional, ai ai, foi bem engraçado e também realista, essa mãe que é uma amiga de infância da Ká, disse que nunca mais na vida dela terá outro filho rs.

E aí eu tento de novo olhar as coisas pelo lado racional, pelos custos, pelo tempo, por não poder dormir até mais tarde no final de semana e nem pegar Sol na praia a qualquer hora do dia (quando formos pra lá), por ter que pensar dez vezes antes de sair quando a previsão do tempo disser que vai chover no final da tarde ( e São Paulo, todo sabe, terra da garoa). Penso que terei que gastar horrores em fralda até que desfralde e depois que sair da fralda vem a escola (mais gastos). Em nunca mais dormirmos tranquilamente, em não poder mais fazer amor a qualquer hora ou em qualquer lugar da casa. Em todos os brinquedos carézimos que enxem os olhos da criançada e aí não dá pra dizer: Não.

Eu tento não querer de novo quando penso nas crises da adolescencia, nas perguntas e respostas inexperadas que vamos receber. Ai ai, pensamos, pensamos e pensamos novamente em tudo isso. Por um momento desistimos.

Então pensamos em como nossa casa vai mudar e nossa vida também. Que eles vão acordar no meio da noite, que vão chorar quando cair, que vão rir com nossa cara de bobas e ficar morrendo de vergonha quando chamarmos de bebê na frente do amigos adolescente, rs. Pensamos que são eles que vão nos chamar de mães e nos amar, nos achar as rainhas quando chegarmos no final do dia em casa.
Pensamos que eles serão a continuação da nossa história quando não mais pertencermos a este mundo. Vão contar e viver histórias que nos farão vivas pra sempre. São eles que farão um amor incondicional nascer em nós para nunca mais sermos as mesmas.

Então quando pensamos em todo o lado negativo, pensamos que será bom também passarmos por isso porque afinal, que tipo de amor seria esse se não tranformasse nossas vidas pra sempre?

Bjos no coração

17 de janeiro de 2011

Agora eu vejo

Quando beijei uma menina pela primeira vez eu estava tão em mim, me senti tão feliz, tão mulher. Tudo bem que chorei uma semana inteira sem conseguir trabalhar, comer ou dormir porque depois me senti muito culpada por me sentir feliz e pensar em mim pela primeira vez. Nessa época já havia decidido que não iria mais aquela igreja pois eles abominam realmente os homossexuais, mas, não preciso ser aceita na igreja, porque sou aceita por Deus e isso pra mim basta.

Cheguei a ouvir de um amigo (membro desta igreja): Você está cega! E eu respondi: Não, agora que eu vejo.

Ainda tenho amigos da igreja, que não frequantam a minha casa ou se quer deixam um recado no orkut: Amigos? Não. Pessoas que fizeram parte do meu passado, que foram e serão importantes na minha sempre, mas que não me aceitam então não preciso conviver com eles. Os que me aceitam também são aceitos por mim e na minha vida.

Hoje sou um pessoa tão feliz, tão preenchida por mim, eu me olho e me vejo, sei de minhas vontades e quando são boas eu as aceito, não fico tentando ser perfeita ou com falso moralismo por aí. Sempre aceitei as pessoas como elas são, então porque não me aceitar? Sou tão humana, sensivel e guerreira como tantas outras mulheres. Sou agora mais vaidosa, me olho e me acho mais bonita, sempre fui uma pessoa muito alegre, mas agora além de alegre sou feliz, aprendo com meus erros e acertos, defeitos e qualidades e vivo a mim intensamente, vivo meu casamento e meu amor intensamente, com coragem.

Me descobri no mundo, no meu mundo colorido, no mundo do amor verdadeiro, me descrobri a dona da minha história.

Como poderia eu me casar com um homem, ter filhos e não ser feliz e não faze-los felizes durante uma vida inteira porque alguém falou que tenho que fazer assim? Não estou falando que os homens não são bons, tem sim homens muito bons, bonitos, inteligentes e educados e com ótimo carater, mas carater não tem sexo, ou você tem ou não tem, idenpendentemente de ser homem ou mulher. Mas não era o que eu realmente queria, então não achava justo.

Sou casada (ainda não oficialmente), casada com uma mulher sim e sou feliz e amo faze-la feliz, meus planos não mudaram, mas quem decide os personagens do "filme" da minha vida sou eu.

Ser homossexual não é doença de forma alguma. Ficar se escondendo ou fingindo é prejudicial a sáude mental e física.

Sou eu a dona da minha história, da minha vida. Sou a dona de mim, sou eu que resolvo os meus problemas quando eles aparecem, sou eu quem pago minhas dívidas, sou eu que choro as minhas dores, meus traumas, sou eu quem decido por mim. E por mim, que sou muito importante eu decidi simplesmente SER FELIZ COMPLETAMENTE.

Bjos no coração

A descoberta

Ontem depois de um domingo maravilhoso com duas amigas minhas de longa data (que se tornaram amigas da Ká) e também depois de inumeráveis conversas fui arremessada ao meu passado com lembranças muito boas. Quando me "descobri" ou melhor, quando me assumi.

Dentro de mim eu sempre soube de que minha preferencia não era por homens, desde as brincadeiras de criança aos pensamentos da adolescencia e eu acho que mais dificil disso tudo é se aceitar, pelo menos pra mim foi muito dificil.

Frequentei uma igreja durante 8 anos (o que foi muito especial e muito bom p/ minha adolescencia), eu tinha o pensamento que a sociedade colocou na minha cabeça: Homossexualidade é uma doença. Então pensei: Deus vai me curar!

O que aconteceu na verdade foi uma descoberta de mim, depois de todos os anos que passei ouvindo de que isso era pecado, de que iria para o inferno, depois de tantos jejuns na tentativa de me "curar", cheguei a dormir de joelhos de tanto orar para que isso passasse e eu realmente me apaixonasse por um homem e o amasse a ponto que querer me casar com ele e constituir uma familia, depois de tudo isso um certo dia ouvi dentro de mim como uma voz sublime e tranquila: Deus a ama do jeito que você é.

Só depois de tanto sofrer eu pensei: Peraí, foi Deus que me criou? Ele me enviou a terra? Ele é o meu Pai Celestial, de amor e misericórdia e sabia exatamente como sou, porque então não me aceitaria do jeito que ele criou? Por que me condenaria por amar alguém?

Ele me ama e me aceita do jeito que ele criou.

Não escolhi ser, não acordei em uma linda manhã ensolarada e disse: Bom, hoje eu vou me apaixonar por uma mulher! Hoje, vou ser branca mas na minha festa de aniversário volto a ser morena! Vou dormir médica e acordar arquiteta. Não.

Ninguém escolhe ser homossexual da mesma forma que não escolhe ser heterossexual. Se eu podesse escolher com certeza não escolheria passar por preconceitos, enfrentar olhares condenadores, ter que lutar para ter o direito de viver livremente como todo mundo, casar com quem amo.

Com certeza se podesse escolher, não escolheria ter que passar por um longo tratamento de fertilização, gastar horrores de dinheiro para fazer o que o hetero pode fazer em cinco minutos e por isso muitos nem dão valor e nem fazem seus filhos bem vindos a este mundo.

Não escolhi ser, mas amo e aceito o que sou, amo a vida que tenho, amo a cor da minha pele, minha condição sexual, amo minha aparencia (as vezes eu a melhoro, rs), amo minha forma de ver a vida, meu bom humor pra passar por tantas coisas que a vida coloca diante de mim, amo, simplesmente amo a idéia de que vai ser por tratamento de fertilização (ainda não definido) que meus filhos virão ao mundo, um tratamento longo e doloroso e que me fará a pessoa mais feliz desse mundo e o casal mais feliz e completo desse mundo.

Não escolhi ser como sou, o que escolhi é me amar como sou, me aceitar como sou e conviver com tudo isso muito feliz.

Bjos

14 de janeiro de 2011

Encontros e despedidas

O mês de Dezembro de 2010 foi muito importante pra mim, foi o reencontro com minha irmã.

Eu estava muito ansiosa com a chegada dela, não apenas pela saudade, mas por tudo que ela representa pra mim. Ela mora na Alemanha e decidiu viver na Europa ha alguns anos o que foi uma coisa muito boa mas ao mesmo tempo dolorosa pra mim e pra ela também com certeza.

Sempre fomos muito ligadas apesar de termos quase 7 anos de diferença de idade. Quando eu era uma criança ela já era adolescente e quando eu era adolescente ela já era adulta. Nós sempre conversamos muito, ela cuidava de mim quando eu era criança, me dava mamadeira, eu dormia com ela, ela me levou a primeira vez ao cinema (assistimos A Bela e a Fera) e chorou de felicidade quando eu fui ao Rock-in Rio em 2001 porque eu estava realizando um sonho (que meu irmão ajudou a realizar).

Me lembro que ela sempre me perguntava qual era meu sonho, o que eu queria ser quando eu crescesse. Eu muitas vezes respondia que queria ser mãe de muitos filhos, hoje isso mudou um pouquinho porque ainda quero ser mãe, porém de uma quantidade menor de filhos rsrs. E falávamos de tantos outros sonhos.

Quando morávamos todos juntos éramos muito cúmplices (ainda somos), mas ainda sim era diferente, era gostoso. Eu sabia que meu irmão dirigia em alta velocidade e sabia que minha irmã fumava quando bebia. Quando minha ex-cunhada engravidou da minha primeira sobrinha, adivinha? E juntos arrumavamos soluções ou ensaivamos como contar as coisas pra nossa mãe (em casa o terror era a mãe e não o pai, rs, meu pai é bem mais calmo).

Quando ela se mudou me ligava chorando por tantos motivos e sempre falava, não é pra contar pra mãe e na primeira visita dela ao Brasil ela me perguntou se eu já havia beijado alguma menina (ela já sabia que eu ia há baladas GLS e etc.) e eu respondi que sim com tanta naturalidade e segurança. Ela também gosta de meninas, mas tenho certeza que se não fossemos amigas talvez jamais tocariamos no assunto como alguns casos que eu conheço entre irmãos/tio/primos homossexuais. Meu irmão que é hétero também soube antes que minha mãe, apesar de minha mãe saber desde sempre (ela falou, rs).

Daqui à pouco ela volta para casa,  mas existe uma benção entre tantas, que nós (ela e eu) agradecemos muito á Deus, não importa por onde andarmos, as escolhas que fizermos, o caminho que traçarmos, nada mudará a nossa condição de irmãs e de uma forma ou de outra sempre estaremos próximas.

São tantas boas lembranças, tantos acontecimentos. E por causa dessa relação entre nós e nossos irmãos é que decidimos que nosso (a) bebê terá irmãos, pelo menos um, aliás acho que só um (a), na tentativa de que eles também tenham tantas boas lembranças, aprendam a compartilhar momentos e terem um (a) grande amigo para ajudar a montar o quebra-cabeça de coisas que nossa memória as vezes esquece.

Bjos a todos

7 de janeiro de 2011

'Casais sofrerão menos preconceito', diz mãe que teve filhos com parceira

Adriana e Munira A mãe homossexual que acaba de ter reconhecido na Justiça de São Paulo o direito de registrar os dois filhos gerados a partir de óvulos doados por sua companheira comemorou a decisão do Conselho Federal de Medicina (CFM) que, nesta semana, determinou que casais homossexuais tenham direito de acesso a técnicas de fertilização.

Adriana Tito Maciel deu à luz duas crianças em abril de 2009, após receber óvulos doados por sua companheira, Munira Kalil El Ourra. Os óvulos foram submetidos a fertilização in vitro. Mas só agora o casal homossexual obteve o direito de mudar a certidão de nascimento dos filhos para incluir no documento o nome da segunda mãe. A sentença judicial saiu coincidentemente na mesma semana em que o CFM divulgou a nova regra médica.
"Achei o máximo. No nosso caso, recorremos a este método e encontramos muitos casais que estão recorrendo. Acho que o Conselho Federal de Medicina não faz mais do que sua obrigação, porque todos temos direito. Agora, tendo reconhecimento deles também, facilita muito para os casais, que tinham muitas dúvidas e sofriam muito preconceito", afirmou.

Especialista em direito homoafetivo, a advogada de Adriana, Maria Berenice Dias, também comemorou a decisão da Justiça paulista e a nova determinação do CFM. "A resolução do conselho diz que qualquer pessoa pode utilizar essas técnicas. Antes falava que era só o casal. Com certeza foi uma evolução. Em primeiro lugar, muitas clínicas estavam fazendo. Isso estava impondo que as pessoas mudassem de estado para fazer a fertilização. Com isso, quebra a resistência dos laboratórios particulares e públicos", afirmou.

Maria Berenice, no entanto, está preocupada com o que percebe como uma tendência. Para ela, o rigor dos juízes e as duras regras para adoção de crianças no país contrastam com a facilidade cada vez maior obtida pelos casais, heterossexuais ou não, às técnicas de reprodução assistida, cada vez mais baratas e de mais fácil acesso. Resultado: um contingente cada vez maior de crianças aptas para adoção abandonadas em abrigos país afora. "A lei assusta e as pessoas estão desistindo e fazendo filhos. É uma caça às bruxas, uma lei muito perversa. Há uma insistência na ideia de que o local da criança é a família biológica. Não é. Pai e mãe é quem cria e quem embala, quem a criança conhece. Precisa acabar com essa burocracia horrível", afirmou.

Decisão
No início dessa semana, o juiz da 6ª Vara de Família e Sucessões de Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo, concedeu a Adriana e Munira o direito de registrar os filhos com dupla maternidade. Adriana recebeu os óvulos de Munira, que se submeteu a inseminação artificial. As crianças estão registradas provisoriamente apenas com o nome da mãe biológica. Assim como ocorre em todos os casos de fertilização, o nome do pai biológico, doador do material genético, não aparece na certidão de nascimento.

Com a concessão do mandado de averbação, que permitirá retificar o registro de nascimento, Adriana e Munira poderão procurar o cartório para fazer constar do documento os nomes das duas mães e dos quatro avós maternos das crianças.

"A gente espera por isso há dois anos e foi a melhor notícia. Vamos esperar por 15 dias para ver se haverá recurso e depois vamos poder fazer a tão sonhada certidão, com o nome da Munira", disse Adriana. Para ela, a decisão significa muitas conquistas para as crianças em termos de cidadania. "Dentro de casa não muda nada. As crianças nos chamam de mãe. Com a dupla filiação, elas passam a ser beneficiárias de tudo o que eu tenho e de tudo que a Munira tem e terão direito a tudo, igual a filhos de casais héteros", afirmou. Emocionada, ela agradeceu às advogadas Maria Berenice e Viviane Girardi, que atuaram no caso.

"Agora nós vamos rezar para que não haja nenhum recurso", disse Maria Berenice. "Entrei com a ação quando a mãe ainda estava grávida e pedi que quando nascessem fossem registradas em nome das duas. A Justiça nem decidiu isso a tempo e quando as crianças nasceram só permitiu que fossem registradas com o nome da mãe gestacional. O juiz mandou que fosse feito até exame de DNA, ficou comprovado que a filiação é mesmo da Munira e saiu a sentença, que foi publicada anteontem."

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*Acompanhamos a história das duas desde a gestação e como foi delicioso receber esta notícia.
Não poderiamos deixar passar batido.
VITÓRIA, VITÓRIA, o grito agora é de alegria, é de vitória mesmo, de êxito.
Somos iguais no amor, na dor, nos impostos, no dia a dia, no trabalho, nas compras no super-mercado, no suor, nas coisas simples e pouco a pouco seremos iguais perante a lei.
A guerra é dividida em batalhas e contra as diferenças, mais uma foi vencida.

Muita saúde, alegria, prosperidade e amor pra todas as familias GLBT'S do mundo inteiro.

Peço a Deus que derrame suas bençãos e sua sabedoria a nós todos, as autoridades e a essa familia linda que agora é "reconhecida judicialmente" pois já era uma familia mesmo antes do nascimento dos bebês.

Bjos no coração.

3 de janeiro de 2011

Um ano, muitas lições

É não tem como escapar, mas um ano foi embora.

Mas esse ano (2010) pra nós foi bem diferente, muito bom por sinal porque nos ensinou muito e mostrou o quanto é importante termos tolerância, ouvidos para OUVIR e paciência.

Tolerância: descobrimos que é necessário muito mais do que amor para mantermos um casamento feliz.

Ouvidos: para ouvir e não só para escutar, quando ouvimos aprendemos, tiramos lição e quando apenas escutamos entra por um ouvido e sai pelo outro.

Paciência: para esperar, esperar a hora certa, o momento certo. Há tempo para plantar e tempo para colher. Não há como pular fases e nem queremos, precisamos esperar e fazer as coisas acontecerem.

 Oi filhos, a mamãe Rê as vezes fala muito né? Mas já é na esperança de que vcs estejam nos ouvindo.

Eu já escrevia em outros diários: Amo os filhos que vou ter. A diferença é que antes parecia um sonho tão distante e agora não, as mamães já pensam como se vcs já estivessem chegando a qualquer momento rs.

No final de 2010 a mamãe Rê não se lamentou porque o ano vai acabar e logo será mais um aniversário e ficarei mais velha. Não, agora não me lamento mais e sim comemoro, sei que o tempo que teremos juntos é infinito perante o período que tivemos sem vcs e que nada no mundo mudará nossas condições de mães e filhos e isso me deixa feliz.

Sei que mais um ano de vida, um ano a menos de espera e isso é bom dentro de mim.

Depois que a mamãe criou o blog muita coisa legal já aconteceu. Já encontrei tantas familias legais igualzinho a nossa, estamos acompanhando todas com muito carinho e me sinto próximas delas também, familias que não são tão igualzinho mas que tem muito em comum, amor e respeito. E já recebemos vários e vários comentários virtuais e pessoalmente (por pessoas que nos surpreenderam) referente a vinda de voceis. É...pode acreditar o universo está conspirando ao nosso favor e voceis serão muito bem vindos por nós e por tantas outras pessoas queridas.

No ano de 2010 a maior lição entre todas foi a paciência: esperar o tempo certo, esperar e esperar. As mamães estão decidindo qual é o tempo certo pra voceis chegarem. Eu acho que são mais 6 anos e a mamãe Ká me surpreendeu quando falou 2 anos, porque não vai dar pra esperar tanto, é muito tempo (principalmente por vários e vários sonhos que tivemos com voceis, já aconteceu de sonharmos na mesma noite com voceis sem antes de dormir termos feito um só comentário). Então veremos ainda tá bom, mas já posso garantir que não serão 6 anos, voceis virão antes. As mamães querem antes e voceis também querem (já sabemos).

Dois comentários foram muito válidos e importantes também:

O 1º da titia Fran (mamãe da priminha de vcs, Ana Clara), que depois de uma maravilhosa conversa falou com muita simplicidade: Não compliquem, não coloquem tanto impecílio, não dá pra ter tudo o tempo todo, tenham aquilo que é necessário, mas não esperem o 100%, o tempo não espera, ter filhos é simples e todo o resto vem depois. Voceis serão mães tão boas e vão conseguir dar tudo o que eles precisam, voceis vão ver. ( A mamãe Rê se emocionou).

O 2º da titia Vi (uma amiga muito legal e importante para as mamães), ela escreveu: Com certeza essa sementinha já foi plantada em voceis, mesmo ainda não sendo um feto, Deus já plantou essa sementinha que já existe dentro de voceis.

Filhinhos mesmo sem apoio trariamos voceis ao mundo, mas, Deus em sua infinita bondade já está plantando essa sementinha do respeito, do amor em muita gente. Então agora não sou só eu que amo os filhos que vou ter: voceis já tem mais que uma familia agora é só esperar um pouquinho mais.

Que o ano de todas as mamães e futuras mamães e papais seja um ano maravilhoso e transformado pelo amor. Que 2011 seja repleto de sáude, paz, respeito e prosperidade para todas as familias coloridas ou não, que já tenham seus filhotes ou ainda os aguardam como nós.

Um beijo no coração.