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19 de junho de 2012

Brincando de casinha

Sempre gostei de ver móveis, utensílios doméstico, coisas de bebês, revistas sobre o assunto, eu nunca fui de querer adiantar as coisas, queria era postergar...a infância, depois a adolescencia porque adulto tinha certeza que seria pra sempre, mas as outras duas fases não, porém já me interessava pelo assunto de construir uma familia.
 Minha mãe saiu da casa dos pais aos 14 anos de idade e veio trabalhar em São Paulo (ela é da Bahia, ôh terra boa, rs) sempre teve a teoria de que os filhos precisam sim ter seu canto depois de certa idade, ter sua privacidade, sua vida independente.

Aos 25anos decidi então sair da casa da minha mãe saí da barra da saia e fui morar no outro quarterão, não precisava desgrudar tanto assim, rs.
 Morei com duas amigas durante 1 mês e meio, foi muito bom mas ainda não era o bastante e foi aí que aluguei uma casa sozinha, com a cara a coragem. Foi ótimo, uma fase maravilhosa. A Ká e eu já namoravámos mas ela ainda morava com a mãe dela e nos víamos aos finais de semana.

Aos poucos a minha casinha foi se concluindo, chegaram móveis novos, ganhei muitos presentes, móveis dos meus pais, utensilios de amigos e também comprei algumas coisas. A casa ganhou meu cheiro, sabe o cheiro do nosso lar? Apesar de morar sozinha na época eu já sentia ter um lar, o meu lugar. Sentia saudade da minha casa kkkkk era engraçado eu não queria mais dormir nem na minha sogra com a Ká, queria que ela viesse, mas sempre fiz "a fina" rs.

Tudo muda muito depois que saímos da casa dos nossos pais, as coisas para fazer, a rotina, as finanças e até as visitas. O que antes eu fazia sem pensar hoje penso duas/três vezes. Antes era só colocar a mala nas costas, depois eu até colocava a mala nas costas mas sentava e calculava. A nossa responsabilidade e a maneira de pensar nem se fala.

O mais gostoso foi aprender a cozinhar, eu adooooooooooro. Na casa da minha mãe eu não fritava nem um ovo e depois aprendi a cozinhar como se tivesse feito isso a vida inteira, a Ká até brinca dizendo que isso é um dom. PS: ela odeia cozinhar.

Os anos se passaram (não muitos, é claro, rs) e as vezes ainda sinto como se estivesse brincando de casinha, adoro coisas de cozinha, de ganhar coisas para o meu lar, não dispenso presentes para mim, não é isso kkkk.

Aprecio a minha casa, me pego ainda passeando por prateleiras nos supermercados para ver o que ainda preciso ou quero comprar para casa. Como agora temos o nosso lar doce lar novo quero muitas coisas novas também. Ha pouco mais de duas semana chegou nossa mobilia da sala e essa semana a TV,  tive a primeira folga no trabalho depois que a TV nova chegou. Fiquei aqui sentada pensando em como eu estou feliz por isso, parece uma coisa tão simples, mas para mim é um sonho realizado, minhas coisas, meu lar.
(Já fiquei pensando onde vou colocar a mesa de centro com vidro quando tiver uma mini-pessoa engatinhando por aqui, rs).

Não quero mais que o tempo passe logo, quero apenas aprecia-lo. Ele voa e as vezes nem aproveitamos o que está diante de nós de tanto nos concentrarmos no futuro.

Vou continuar brincando de casinha e quando chegar o tempo certo vou brincar com meus bonequinhos mais amados, a diferença será que não vou trocá-los por nenhum outro brinquedo do mundo.

Bjos
Re

17 de junho de 2012

Me sinto assim

Desde que me conheço por gente eu sonhava em ter filhos, muitos filhos. Quando era criança queria ter 8 filhos kkkkk, no inicio da adolescencia o número caiu para 6, depois dos 16 anos caiu para 4, hoje estou em 1, 2 no máximo ou, é claro quantos vierem na gestação kkkk(se vier mais que um não tentamos mais).

Acho que até já comentei que foi muito dificil eu me aceitar justamente por conta do sonho da maternidade. Pensava em mil coisas, principalmente em minha religião na época.

Por diversas vezes me pegava sonhando em ter uma companheira, fazer inseminação e ter meu tão sonhado filho. Mas isso eu não contava nem para o espelho tamanha era minha vergonha por desejar algo que a igreja abominava, tão logo acreditava que Deus também abominava.

Antes eu ficava me perguntando: Como vou me casar vestida de noiva? Como vou ter filhos? Como terei filhos sem pai? Como vou explicar que eles não tem pai? Que sou casada com outra mulher? O que vou dizer?

Orava durante horas pedindo perdão à Deus por ter pensado uma coisa dessa até o dia que me dei conta que Deus é simplesmente amor, criador, pai, ele me fez assim e me aceita assim e foi então que me aceitei (costumo brincar que até minha mãe me aceitou antes que eu, kkkk. Eu ficava um pouco constrangida no início e ela falava: não tem que ter vegonha não Rê! E é verdade, hoje não tenho nenhum pouco, não me sinto pior ou melhor que ninguém por ser casada com uma mulher ao invés de um homem).

Hoje não acho que tenho que me privar dos meus sonhos, de nenhum mesmo por gostar de mulher. Posso me casar vestida de noiva sim...posso ter lua de mel se achar necessário, posso usar aliança na mão esquerda á vontade, apesar de algumas pessoas acharem que tudo isso é coisa de hétero e que eu poderia arranjar outras formas de concluir os meus sonhos. Mas se o sonho é meu vou concluí-lo da forma que ele é. Não prentendo inventar outras coisas só para ser diferente, sou mulher, ser humano como qualquer outro, sonhadora por natureza e não me sinto diferente apesar de tanto ouvir, parece que isso não me entra na cabeça, rs. Amor é amor e ponto. Vivemos em uma sociedade hipócrita? Sim vivemos e temos que nos adequar com algumas coisas, mas daí mudar a minha excência...não.

O que vou dizer a meus filhos quando eles perguntarem (se perguntarem) porque eles não tem pai? Simplesmente a verdade. Mas não esquento tanto com isso porque sei que as coisas acontecem naturalmente, assim como foi em casa, eu não perguntava para minha mãe: Mãe a senhora é casada com quem? Porque eu já sabia.

O papel de amar, educar, cuidar, se responsabilizar será puro e simplesmente das mamães, nossos familiares, amigos, vizinhos poderão compartilhar de nossos momentos, com a certeza de que somos uma familia como qualquer uma que ama, respeita e cuida e que jamais precisarão falar de nossos filhos: Tadinhos!é porque eles não tem pai.

Cada um tem uma forma de pensar. Acredito que cada um recebe as coisas de uma forma e sinta as coisas de uma forma, então caso os meus filhos queiram nomear alguém como pai os deixarei a vontade. O papel masculino eles terão do padrinho, dos tios,  dos meus amigos se isso fizer bem pra eles porque não? Mas quero simplesmente que eles saibam que tem uma familia sim e que suas mães sonharam com eles, os quiseram muito.

Bjos