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14 de fevereiro de 2011

A maternidade transforma!

Há alguns meses recebi de uma colega de muitos anos a noiticia de que ela estava grávida, de gêmeos.

Conversamos rapidamente naquele dia pois nos encontramos no ônibus e foi bem rápido, mesmo rápido deu tempo de seus olhos enxerem d'água, porém não de alegria.

Alguns meses mais tarde cumpri a promessa de visita à casa dela, conversamos e rimos muito. Mas algo da nossa conversa de certa forma me incomodou. Ela que é casada e mãe de uma menina linda de 5 anos, sempre foi chorona, grávida então nem se fala. Mas era só falar nos bebês e ela começava a chorar dizendo: é que não queria Rê! Dois então...! e chorava. Perguntei se ela, os bebes estavam bem, o marido, a filha mais velha estavam bem e ela sempre respondia que sim. Só se sentia um pouco cansada, mas a saúde de todos e relacionamento também estavam bem.

Fui pra casa com um nó na garganta.

Na semana do chá-de-bebê a filha dela teve meningite (inflamação das membranas que recobrem o cérebro) e por um Milagre de Deus escapou sem nenhuma sequela.
Eu que não sabia ainda do ocorrido fui até a casa da sogra (onde haveria a festinha) e ela estava lá, conversamos muito, rimos de novo e ela chorou de novo falando sobre os bebes (o meu nó na garganta voltou). Que foi um vacilo, que ela não queria, que o marido estava super tranquilo, mas ela insistia na questão de não querer. Brinquei pedindo os bebes pra nós e claro que ela disse não. Então falei pra que ela não falasse daquela forma porque os bebês ouvem e sentem, aí ela chorava mais ainda, dizia que sabia, mas era verdade e eu continuava com o nó na garganta.

Depois de uma tarde bem agradável e do anúncio de que o chá havia sido adiado, nos despedimos e ela disse que mudei o astral dela pois ela estava muito triste pensando na vinda dos bebes e eu a alegrei.

Eu pensei, repensei e não poderia mais uma vez sair dali com o mesmo nó. Então desabafei delicadamente, mas com muita sinceridade depois dela tocar no assunto mais uma vez eu disse: Não fala isso, você é uma pessoa muito sortuda e muito abençoada (ela que foi criada no meio evangélico crê em Deus assim como eu que me considero cristã). Continuando...você é muito abençoada. Sua filha escapou de uma meningite grávissima sem nenhuma sequela, você está grávida e bem, seus bebes são saúdaveis e estão crescendo normalmente, voceis estão trabalhando, o casamento está bem e você ainda tá linda, rs. O que mais você quer? Sei que não deu pra alcançar tudo antes deles chegarem, mas voces poderão continuar lutando juntos, ué?

Ainda não havia desatado o meu nó na garganta e aí falei: Não chore a sua gravidez, sabe quantas mulheres gostariam de estar no seu lugar? Sabe quanto vou ter que gastar pra um dia estar como você? E ainda pode ser que seja um e eu vou ter que fazer todo tratamento de novo, caso queira dar um irmão (ã) para meu filho (a)? Fora toda a medicação e o tempo que tenho que esperar para receber um possível negativo. UFFFFAAAAAAA, aí sim desabafei.

Sei que ela não tem culpa da minha condição sexual (não escolhi ser homossexual), mas não poderia sair dalí com aquele nó na garganta de novo. De certa forma me entristeceu tantas coisas boas e ela ainda se lamentando as 27 semanas de uma gestação linda e saudável.

Deus sabe o que faz, a gente não sabe o que diz e com a sua graça no último dia 05, com 37 semanas nasceram lindos e saudáveis, o menino com 47cm e 2.970kg e a menina com 46cm e 2.660kg (enormes para gêmeos).

Ontem fui visitá-los e babar um pouquinho. Ela está bem cansadinha porque apesar de ter bastante ajuda cuidar de 3 crianças (sendo dois récem-nascidos) não me pareceu uma tarefa fácil, mas está bem feliz, me falou mais de dez vezes que o parto foi mágico, foi tudo lindo, que ela está boba com os bebes apesar de cansada, mas está encantada.

A maternidade transforma mesmo. Tudo parece mudar na vida das mães após o nascimento de seus filhos. Fiquei bem feliz em ver e nem preciso dizer que fiquei imaginando quando for a nossa vez.

As pessoas que simplesmente engravidam por um "vacilo", sem planejar ou "querer", nunca, mas nunca mesmo saberão como é pra nós, que somos casadas com mulheres e para mulheres que não conseguem engravidar, o que é esse desejo, esse sonho e a importância que damos a Maternidade.

Sou muito feliz por poder escolher engravidar e por dar tanta importância a esse momento e a transformação depois dele. Sou feliz por ser mulher e por ter o meu amor que também quer uma familia.

Bjos

5 comentários:

  1. Eu entendo o nó na garganta que vc sentiu com essa moça, eu sinto isso direto também. Já tive muitas amigas que engravidaram sem querer e demoraram a aceitar o bebê, já estagiei em Maternidades onde muitas mulheres não queriam seus bebês... eu sentia um misto de tristeza e revolta que nem dá direito para explicar. Eu só ficava pensando no tanto que eu desejo um filho e ainda não posso ter, e como era injusto aquelas mulheres que nem queriam seus filhos terem aqueles bebês tão lindos!
    Mas precisamos ter fé que nossa hora irá chegar.
    Nossos filhos serão crianças de imensa sorte, pois são muito desejados!

    Beijos

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  2. Nossa... parece até que fui em quem escrevi esse post há alguns anos atrás. Te entendo bem, pois passei por isso tantas vezes. Fiquei muito deprimida por um período antes de engravidar. Queria apenas ser mãe e tanta gente reclamando. Mas te digo que vá em frente e em breve alcançará a sua graça. Deus sempre abençoa quem tem o peito repleto de amor. Somos muito felizes com a nossa Sofia. Graças a Deus deu tudo certo de primeira. Se quiser conversar sobre a inseminação, pode contar. Beijos e boa sorte.

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  3. Oi Meninas!!

    Adoramos a presença de vcs em nosso encontro. Pretendemos ve-las por lá sempre!! Foi um prazer conhecer vcs!

    O que acharam do encontro?

    Beijos

    Gy e Su

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  4. Oi,

    Também adorei conhecer vocês, cheguei em casa e falei p/ a minha mulher que todas as outras metades andavam reclamando do tempo que o blog roubava do casamento...rs

    Beijos
    Liana

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  5. Oiiii!
    Entendo perfeitamente seu "nó na garganta" e já senti isso várias x tb na época em q ainda ñ era mãe e via casos assim...
    Só eu sei o qto a gente lutou para realizar esse sonho, mas muitas mulheres ñ dão mesmo o real valor. =/
    Só q a gente dá tantooo valor q nossos bebês crescem cercados de muito amor, né? :)
    O de vcs tb será assim!
    Beijos, Kaká, Mi e Brunna.

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