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24 de janeiro de 2011

Eu tento não querer

Sou muito observadora apesar de bem falante. Adoro ouvir a história das pessoas e acho que elas mostram muito de suas histórias através dos atos, então observo-as.

Olho os idosos, os jovens, os adolescentes, as crianças, os bebezinhos e as gestantes quase não consigo desviar o olhar. Saiu de casa parecendo uma criança que está conhecendo o mundo agora, porque afinal, estou. Em cada um existe um mundo de coisas diferentes e eu moro em um mundo chamado São Paulo.

A Ká chega a dizer que eu tenho um dom, em que as pessoas me olham e contam suas histórias rsrs. Pode ser que seja mesmo um dom quem sabe.

E nessas de ouvir as histórias, ouço várias sobre a maternidade. O jeito diferente de cada uma cumprir o mesmo designo de ser: Mãe.

Dou muita risada e choro também com as histórias, as vezes choro de rir.

O que me impressiona é que, com tantas coisas negativas que ouço sobre a maternidade eu não consigo não querer ser mãe.

Já pensei em desistir porque afinal as pessoas falam que tudo muda e que não há mais liberdade e também que eles tomam todo nosso tempo, inclusive ocupam todo o nosso salário. Já ouvi tantas vezes: Nooooossa, filho é muito caro (realmente deve ser, eu imagino só de olhar roupinhas e brinquedos, imagina escola e tudo mais).

Já ouvi a história de partos de uma forma racional e não emocional, ai ai, foi bem engraçado e também realista, essa mãe que é uma amiga de infância da Ká, disse que nunca mais na vida dela terá outro filho rs.

E aí eu tento de novo olhar as coisas pelo lado racional, pelos custos, pelo tempo, por não poder dormir até mais tarde no final de semana e nem pegar Sol na praia a qualquer hora do dia (quando formos pra lá), por ter que pensar dez vezes antes de sair quando a previsão do tempo disser que vai chover no final da tarde ( e São Paulo, todo sabe, terra da garoa). Penso que terei que gastar horrores em fralda até que desfralde e depois que sair da fralda vem a escola (mais gastos). Em nunca mais dormirmos tranquilamente, em não poder mais fazer amor a qualquer hora ou em qualquer lugar da casa. Em todos os brinquedos carézimos que enxem os olhos da criançada e aí não dá pra dizer: Não.

Eu tento não querer de novo quando penso nas crises da adolescencia, nas perguntas e respostas inexperadas que vamos receber. Ai ai, pensamos, pensamos e pensamos novamente em tudo isso. Por um momento desistimos.

Então pensamos em como nossa casa vai mudar e nossa vida também. Que eles vão acordar no meio da noite, que vão chorar quando cair, que vão rir com nossa cara de bobas e ficar morrendo de vergonha quando chamarmos de bebê na frente do amigos adolescente, rs. Pensamos que são eles que vão nos chamar de mães e nos amar, nos achar as rainhas quando chegarmos no final do dia em casa.
Pensamos que eles serão a continuação da nossa história quando não mais pertencermos a este mundo. Vão contar e viver histórias que nos farão vivas pra sempre. São eles que farão um amor incondicional nascer em nós para nunca mais sermos as mesmas.

Então quando pensamos em todo o lado negativo, pensamos que será bom também passarmos por isso porque afinal, que tipo de amor seria esse se não tranformasse nossas vidas pra sempre?

Bjos no coração

Um comentário:

  1. Querida, se a gente pensar racionalmente, acho que não faríamos nada, viu? rsssss!
    Ultimamente ando acreditando de verdade que para ser feliz nessa vida precisamos ser mais emocionais que racionais!
    Que venham os filhos, para tirar toda nossa liberdade, nosso sono, nosso dinheiro, mas para nos dar em troca muito amor, realizações e felicidade!

    Beijosssss

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