Pesquisar este blog

17 de janeiro de 2011

Agora eu vejo

Quando beijei uma menina pela primeira vez eu estava tão em mim, me senti tão feliz, tão mulher. Tudo bem que chorei uma semana inteira sem conseguir trabalhar, comer ou dormir porque depois me senti muito culpada por me sentir feliz e pensar em mim pela primeira vez. Nessa época já havia decidido que não iria mais aquela igreja pois eles abominam realmente os homossexuais, mas, não preciso ser aceita na igreja, porque sou aceita por Deus e isso pra mim basta.

Cheguei a ouvir de um amigo (membro desta igreja): Você está cega! E eu respondi: Não, agora que eu vejo.

Ainda tenho amigos da igreja, que não frequantam a minha casa ou se quer deixam um recado no orkut: Amigos? Não. Pessoas que fizeram parte do meu passado, que foram e serão importantes na minha sempre, mas que não me aceitam então não preciso conviver com eles. Os que me aceitam também são aceitos por mim e na minha vida.

Hoje sou um pessoa tão feliz, tão preenchida por mim, eu me olho e me vejo, sei de minhas vontades e quando são boas eu as aceito, não fico tentando ser perfeita ou com falso moralismo por aí. Sempre aceitei as pessoas como elas são, então porque não me aceitar? Sou tão humana, sensivel e guerreira como tantas outras mulheres. Sou agora mais vaidosa, me olho e me acho mais bonita, sempre fui uma pessoa muito alegre, mas agora além de alegre sou feliz, aprendo com meus erros e acertos, defeitos e qualidades e vivo a mim intensamente, vivo meu casamento e meu amor intensamente, com coragem.

Me descobri no mundo, no meu mundo colorido, no mundo do amor verdadeiro, me descrobri a dona da minha história.

Como poderia eu me casar com um homem, ter filhos e não ser feliz e não faze-los felizes durante uma vida inteira porque alguém falou que tenho que fazer assim? Não estou falando que os homens não são bons, tem sim homens muito bons, bonitos, inteligentes e educados e com ótimo carater, mas carater não tem sexo, ou você tem ou não tem, idenpendentemente de ser homem ou mulher. Mas não era o que eu realmente queria, então não achava justo.

Sou casada (ainda não oficialmente), casada com uma mulher sim e sou feliz e amo faze-la feliz, meus planos não mudaram, mas quem decide os personagens do "filme" da minha vida sou eu.

Ser homossexual não é doença de forma alguma. Ficar se escondendo ou fingindo é prejudicial a sáude mental e física.

Sou eu a dona da minha história, da minha vida. Sou a dona de mim, sou eu que resolvo os meus problemas quando eles aparecem, sou eu quem pago minhas dívidas, sou eu que choro as minhas dores, meus traumas, sou eu quem decido por mim. E por mim, que sou muito importante eu decidi simplesmente SER FELIZ COMPLETAMENTE.

Bjos no coração

3 comentários:

  1. Também passei por momentos difíceis quando olhei para dentro de mim. O mais importante, é agente se enteder e se reconhcer como mulher, humana, e como você mesma disse, dona de nossas atitudes.

    abraço

    ResponderExcluir
  2. Hey querida. Muito bom ler seu post, eu queria agradecer pelo seu comentário no meu blog.
    Ser diferente da "maioria" nunca é fácil... e afinal, ninguém disse que seria fácil, né?
    Eu ando com muitas dores internalizadas na alma, preciso ter forças para resolver isso e voltar a me sentir bem.

    Beijos

    ResponderExcluir
  3. Ola...Desculpe a invasão mas tambem tenho o mesmo projeto:SER MÃE...
    As vezes me pego pensando se um dia vou ocupar esta vazio enorme que doi e me faz lembrar que não sou completa....
    Bjs Tais Fernanda

    ResponderExcluir