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13 de dezembro de 2010

Digo SIM

Na quinta feira convidada pelo irmão fui dar uma volta na Av. Paulista, olhar os enfeties de natal, conhecer a árvore gigante em frente ao parque Ibirapuera e foi lindo. A noite estava linda e tudo está com clima de fim de ano, cheiro de Natal, cheiro de verão próximo. Adorei.

Minha cunhada não conhecia ainda a Av. Paulista, ela está em São Paulo à pouco mais de 2 anos, minha sobrinha também estava conosco, aquela que citei no último post (ela é do primeiro casamento do meu irmão). Tiramos fotos, comemos pipoca doce e apreciamos as lindas luzes de natal.
Apresentei a avenida pra ela (inclusive já mostrei a travessa onde está localizada a maternidade que nossos futuros filhos nascerão, rs), falei do lugares culturais, das coisas legais, de um mundo de coisas encontradas ali, acabei na verdade contanto um pouquinho da nossa história (minha e da Ká) que começou ali, dos barzinhos, baladas próximas, das pessoas legais e cheias de cultura que transitam por ali. Mas no final não teve como não comentar os fatos de violências que tiveram como palco a mesma avenida cheia de coisas interessantes.

Comentamos por alto e minha sobrinha ficou calada. Quando já estavamos na Av. 23 de Maio retornando pra casa e depois de milhares de outros comentários, lá vem a minha sobrinha (agora mais crescidinha):
Ela: Tia, sabe aquilo que aconteceu na Paulista, que um rapaz agrediu o outro, achei muito chato aquilo. Se uma pessoa não gosta de como a outra é, é só não olhar pra ela, ué? e eu a deixei falar sem a interromper...Se uma pessoa é EMO por exemplo e a outra não gosta, não precisa bater nela, é só não olhar pra ela, não falar com ela sei lá, mas ninguém tem O DIREITO de agredir de bater ou xingar.

Eu respondi: É sim, vc tem razão, cada um tem o direito de se vestir, de ouvir as músicas que gosta, de ter o seu estilo, de se sentir a vontade. Cada um é diferente do outro.
Ela: Eu sou diferente da senhora, a senhora é diferente de mim ou da vovó.
Eu: De todo mundo, né. Olha eu achei muito chato também, é uma grande falta de respeito. As pessoas tem que se respeitar, é o mínimo. E com certeza se um dia vc fizer uma coisa dessas (acho q não, pq ela é uma menina muito dócil e sensível, mas devemos orientar sempre) não passaremos a mão na sua cabeça (meu irmão concordou), vc terá que responder por isso, porque o que aconteceu foi muito grave.
E então continuamos conversando sobre várias coisas, mas o meu pensamento não parou.

Nos últimos dias alguns acontecimentos tem tomado os horários jornalisticos na TV ou na internet e eu não posso ficar calada diante de um comentário que ouvi na televisão dos pais do agressor daquele caso na Av. Paulista. Em uma das entrevistas a mãe falou: Isso foi uma infantilidade. Em outra o pai do agressor na delegacia disse com descaso: Há, até que não foi tão grave assim!

Peraí! Não foi tão grave assim? Foi uma infantilidade? Em que mundo será que eles estão?
Ah, já sei, no mundo em que o agredido não foi o filho deles.

Cheguei a comentar para a Aggy e Bel (minhas duas mamães) que é ridiculo ter que criar uma lei em que as pessoas respeitem as outras. Isso não É mais que a obrigação de cada um, mas como somos obrigados a criar leis que dêem um pouco mais de educação e puna devidamente os envolvidos em casos como estes eu digo SIM a lei PLC 122/2006, já votei e votarei quantas vezes forem necessárias.

Digo sim por mim como pessoa, por nós como casal.
Digo sim por meus pais que querem sua filha transitando por aí tranquilamente com a namorida.
Digo sim pelos nosso irmãos que com certeza nos apoiam e nos amam.
Digo sim pela minha sobrinha que quer ter por muitos anos sua tia ao seu lado para conversar e desbravar esse mundo.
Digo sim por nossos filhos que virão e querem suas mamães inteirinhas para ama-los e educa-los.

Digo sim ao RESPEITO, DIREITO DE IR E VIR, A IGUALDADE, A PUNIÇÃO para os responsáveis por atos de crueldade, mal caratismo, vandalismo, agressão, intolerância como este. A periculosidade que um individuo como este traz a sociedade e ainda temos que ouvir que foi uma infantilidade. Não mamãe do agressor, não foi infantilidade, não há nada de ingenuidade e inocência no que seu filho cometeu. Infantilidade é uma criança no banco de traz do carro falar que foi CHATO o que seu filho cometeu. Porque não foi chato, foi CRIMINOSO.

Eu espero sinceramente que nenhuma outra pessoa precise sofrer pra que as autoridades tomem atitude.
Espero que familias inteiras estejam juntas pelo bem. E que cada uma delas ao se deparar com uma cena como essa use a Empatia: Nossa, poderia ser meu filho, poderia ser eu.

Boa semana a todas,

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